
De acordo com a jovem, a ideia surgiu
depois que um médico recomendou uso de algum informativo sobre os
componentes que poderiam trazer problemas a ela. “Fiquei pensando onde
eu poderia colocar a lista e encontrei uma menina, na internet, que
tinha tatuado que era diabética. Achei sensacional”, diz.
Uma cruz vermelha seguida dos dizeres
“Alérgica, não use” indica a lista com as substâncias que podem ser
nocivas: dipirona sódica, ainh, ácido acetilsalicílico, pirazolona e
melubrina. Depois de decidir o desenho, foi o momento de escolher o
local a ser tatuado, o que segundo a estudante, que já tinha outras
cinco impressões no corpo, não foi por acaso.
“Eu pensei em vários lugares, pensei em
fazer na costela, mas não é visível. O braço é o primeiro lugar que eles
pegam para aplicar a medicação”, explicou.
Lauanne disse que as pessoas tiveram
reações diferentes ao saber da decisão. “Alguns amigos próximos, que já
me viram tendo reação alérgica, acharam sensacional, mas ficaram com
receio de ficar feio. Algumas pessoas acharam ridículo, mas com o
resultado falaram que é diferente, adoraram”, explicou.
A jovem conta que descobriu aos poucos as
alergias. “A dipirona eu descobri na escola, quando uma professora me
deu a medicação para dor de cabeça e eu fui parar no hospital”, explica.
Outro episódio semelhante, porém mais grave, aconteceu durante a
adolescência, com um remédio para cólicas.

Depois dessa situação, a estudante
procurou um médico alergista para saber o que poderia ou não tomar. “Foi
bem complicado e o que me deixou mais assustada. (O Médico) Deu o
alerta de que (o problema) é uma coisa séria”, disse.
Lauanne diz que postou nas redes sociais
fotos da tatuagem. Além da repercussão com os comentários de
internautas, ela conheceu outras pessoas que passam pelo mesmo problema.
“Fui descobrir agora que muitas pessoas têm alergia e muita gente me
falou que a ideia era legal e que poderiam fazer também”, conta.
Orientações
A professora doutora de farmacologia da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Mônica Cristina
Toffoli Kadri, explicou ao G1 que os cinco itens tatuados pela jovem
são, basicamente, para uso analgésico ou anti-inflamatório. Segundo a
pesquisadora, anti-inflamatório não hormonal (AINH) é uma classe
terapêutica, que tem como derivados ácido acetilsalicílico e pirazolona
(classes químicas); dipirona sódica e melubrina derivam da pirazolona.
Dipirona sódica – que está contida em
medicamentos como Novalgina, Anador e Dorflex – é utilizada como
analgésico para combater a dor provocada por alguma inflamação. O ácido
acetilsalicílico – encontrado em Aspirina ou AAS – também é analgésico
até 500 mg; acima de 1 g, torna-se um anti-inflamatório.
Mônica alertou para as reações que uma
pessoa alérgica pode ter caso tome um medicamento inadequado. Segundo
ela, essa pessoa pode ficar toda pipocada ou ter os brônquios e garganta
fechados, o que comprometeria a respiração. As reações podem ser piores
em quem tem asma ou bronquite e podem provocar até a morte, dependendo
do caso.
(G1)
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