5.6.12

Batidão em bailes gospel atrai cada vez mais evangélicos

Bailes gospel tem atraído cada vez mais cristãos para a noite carioca. Em ‘bondes’, os frequentadores se dirigem a esses locais, muitas vezes, ao som do “no passinho, no passinho, no passinho dos ‘varões’” ou no das ‘varoas’ (expressões de como homems e mulheres são chamados no meio evangélico).
Um desses bailes ocorre todo mês no ginásio do Bangu Atlético Clube, onde jovens de 12 a pastores de 60 anos dançam ao som do tamborzão, até as 6h, no ‘Baile Gospel Os Cocadas’ (o nome é em alusão aos cristãos mais animados). A balada é organizada pelos MCs convertidos Leozão e Diego e pela mulher de Leozão, Bruna Martins, com o apoio do ‘Ministério Libertos para Adorar’, uma igreja sem espaço físico (só espiritual), aberta há um ano.
“Aqui não há bebida, sexo nem drogas. Sinto que a cada mês a frequência no baile cresce 10%, sendo que 30% dos frequentadores não são evangélicos”, afirma o pastor Alessandro Annechine, que também é militar.
O clube, que é aberto às 22h, enche por volta da meia-noite. Na fila, meninas vestidas com saia por cima de legs e calças jeans. Nos pés, prevalecem tênis esportivos e sapatilhas. ”Não usamos nada que provoque escândalo, ou seja, que deixe pernas e bumbum à mostra. Mas a vaidade feminina não é um pecado. Só que não me produzo para uma noitada e sim para adorar”, diz a estudante Fernanda Doria, de 23 anos.
A recepcionista Monique Gomes, de 19 anos, emenda: “Isso não é uma exigência da igreja. Nossa intenção é chamar a atenção de Jesus”, afirma.
Para entrar o preço é de R$ 15 (o valor do último lote de ingressos para homens e mulheres). Para ficar em um dos três camarotes, o valor é de R$ 20 (a vantagem são mesas, cadeiras e vista privilegiada para o palco). A noite, que começa com hip-hop e charme, só é interrompida depois da meia-noite para uma pregação.

Duelo no baile
“O propósito do baile gospel é ganhar pessoas para fazer delas discípulos. A igreja entende que Deus é criador de todos os estilos. O funk ou o eletrônico são atrativos. As pessoas vêm, Deus enlaça o coração e elas se rendem”, diz Valmer Ferreira, palestrante do último baile.
Com a presença de Deus invocada, o funk começa com direito a cascata de fogos no palco e até a 16 “foguetinhos” sobrevoando o público. E as batidas funk são bastante potentes, assim como os apelos para aceitar Jesus.
Com músicas como “Faz o C com a mão”, Diego e Leozão travam um duelo cantando: “O nome dela é Teresa. Minha avó tá na igreja”.

O que pode e o que não pode 
Beijo na boca: é proibido no baile, até entre os casados, para não influenciar os mais jovens, assim como a paquera.
Coreografias: podem ocorrer livremente, desde que, nos passos, ninguém bata bundinha, rebole até o chão, ou faça qualquer tipo de movimento sensual.
Bebida alcoólica: nem chega à porta. Nas baladas gospel só são permitidos refrigerantes, guaraná natural e água natural.
Figurino: as mulheres costumam usar saias e vestidos por cima das calças. E nada de maquiagem forte, roupa colada e decotes ousados.

Fonte: Extra

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